1ª semana de Olimpíadas tem preocupação com Covid, debates sobre saúde mental e representatividade, calorão com vento e pop brasileiro

0
79


Veja um resumo do que virou notícia fora das disputas por medalha na primeira semana de Jogos Olímpicos em Tóquio. VÍDEO: saiba o que virou notícia na 1ª semana de Olimpíadas
Os Jogos Olímpicos de Tóquio completaram uma semana desde a Cerimônia de Abertura. Olimpíadas costumam apresentar histórias que vão muito além do esporte, mas a edição deste ano — adiada por causa da pandemia — é ainda mais especial.
Afinal, são os Jogos Olímpicos no meio da crise do coronavírus, com Tóquio registrando recordes e recordes de casos novos por dia de Covid-19. E ainda há as questões relacionadas à saúde mental, que vieram à tona com a desistência da ginasta Simone Biles em participar de algumas competições; a questão da diversidade e representatividade; e problemas meteorológicos que impactaram as disputas nestas Olimpíadas. Teve também espaço para a música brasileira entrar na trilha sonora das arenas de competição.
Veja abaixo 5 temas da primeira semana de Olimpíadas de Tóquio
1. Covid continua a preocupar
Rua de lojas em Tóquio, no Japão, nesta sexta-feira (30)
Kantaro Komiya/AP Photo
Tóquio recebe os Jogos Olímpicos um ano depois do previsto: pela primeira vez na história, as Olimpíadas foram adiadas. E o motivo foi a pandemia do coronavírus. Esperava-se que a situação estivesse sob maior controle em 2021.
Embora haja mais conhecimento sobre a Covid-19 e já existam vacinas disponíveis, o coronavírus continua a ser um problema na capital japonesa. Tóquio veio registrando recordes e recordes de novos casos por dia da doença, ao longo desta semana.
Os organizadores, os atletas e outros participantes se comprometeram em seguir uma série de protocolos de isolamento, testagem e rastreamento de contatos para evitar que as Olimpíadas se tornassem um evento super espalhador do vírus para os moradores de Tóquio — que sequer podem entrar nos locais de competições.
Pessoas caminham por cruzamento perto de estação em Tóquio, em 29 de julho de 2021. Sede das Olimpíadas, a capital japonesa registrou o 3º dia seguido de recorde de casos de Covid-19.
Kantaro Komiya/AP
No entanto, alguns casos foram registrados dentro da “bolha olímpica”: cerca de 200 registros de Covid-19 entre pessoas envolvidas com os Jogos, de alguma forma. Houve infecções em atletas e técnicos que chegaram a 25, no total.
Mas apenas um caso, o que tirou o americano Sam Kendricks do salto com vara, foi suficiente para colocar em quarentena todo o time de atletismo da Austrália, porque alguns atletas australianos treinaram com o saltador dos EUA.
2. Saúde mental importa
Simone Biles disputa final feminina de equipes da ginástica artística nos Jogos de Tóquio
Lindsey Wasson/Reuters
As discussões sobre a saúde mental dos atletas começaram mesmo antes da abertura, como a desistência da tenista Naomi Osaka — que acabaria acendendo a pira olímpica na cerimônia — de torneios do Grand Slam do tênis.
E aí o tema voltou à tona com Simone Biles, ginasta dos Estados Unidos considerada a melhor de todos os tempos. A atleta interrompeu a final por equipes após errar um salto. Preocupada com a saúde, deixou a prova em acordo com a federação local de ginástica. Mesmo assim, ficaria com a prata.
VÍDEO: Decisão de não competir indica limite do estresse para Simone Biles
No dia seguinte, porém, Biles oficializou a desistência da final individual geral da ginástica artística, disputa em que era favorita ao ouro. O motivo: precisava cuidar da saúde mental, que não estava nada boa.
A desistência levantou o debate: até onde vai o limite psíquico dos atletas de alto rendimento, acostumados com pressão e holofotes? Até porque, assim como a tenista japonesa Naomi Osaka, não foi o primeiro caso de esportista envolvido nas Olimpíadas de Tóquio que desistiu ou sofreu com problemas de saúde mental.
3. Representatividade em pauta
Luciana Alvarado, ginasta da Costa Rica, ergue o punho no gesto que marcou os protestos “Black Lives Matter” ao terminar sua prova de solo das Olimpíadas neste domingo (25)
Natacha Pisarenko/AP Photo
Na edição que se pretende a mais igualitária da história dos Jogos Olímpicos, o tema da representatividade foi visto tanto nos protestos contra o racismo e o machismo quanto nos atletas LGBTQIA+ que não esconderam suas orientações sexuais ou identidades de gênero.
Os protestos contra o racismo foram vistos logo nos primeiros dias, com atletas se ajoelhando e erguendo o punho — símbolo das manifestações “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam). Uma ginasta da Costa Rica fez o gesto ao encerrar a participação no solo.
Regras sobre protestos em Tóquio não é transparente, dizem atletas alemãs
A ginástica, aliás, é um esporte em que se discutiu o uso das roupas diferentes dependendo do gênero. As alemãs decidiram competir com uniforme comprido nas pernas, em vez do collant tradicional adotado pelas mulheres e considerado muitas vezes menos confortável.
E foi também a edição com maior representatividade LGBTQIA+, inclusive no Brasil, com atletas falando abertamente sobe suas orientações sexuais ou identidades de gênero. O site OutSports fez um levantamento que indica que, neste ano, são, pelo menos, 160 atletas lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer e não binários assumidos. Os dois últimos Jogos juntos somavam 79.
Um desses atletas é o jogador de vôlei Douglas Souza, que se tornou um fenômeno nas redes sociais. Em postagens bem-humoradas, o atleta de 25 anos mostra bastidores dos Jogos que estão sendo realizados em meio à pandemia.
4. Calor, umidade e vento
Equipe de remo dos EUA treina no mar de Tóquio em 18 de julho de 2021
Jae C. Hong/AP/Arquivo
Quando os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio marcaram o evento para o verão japonês, especialistas já alertavam para os riscos associados à estação: faz muito calor na capital nesta época do ano, e o efeito da ilha de calor potencializa a sensação térmica. A umidade altíssima não ajuda.
Isso ficou evidente quando atletas começaram a reclamar das disputas debaixo do sol quente de Tóquio. O tenista russo Daniil Medvedev desabafou ao juiz: “Eu posso morrer aqui”, ao se cansar durante uma das partidas de simples do torneio olímpico de tênis.
O vento forte que sopra em Tóquio — que deveria aliviar o calor — acabou se tornando também um empecilho para os atletas. Nas provas de skate, não era difícil ver os competidores pedindo para esperar antes de entrarem em ação por causa das rajadas na Baía de Tóquio.
Quem se deu bem com o vento foi surfe. Uma forte tempestade, que chegou próximo de ser considerada um tufão, chegou a preocupar as autoridades japonesas. Porém, isso era uma boa notícia para os surfistas, que esperavam boas ondas. Assim, as finais da modalidades acabaram antecipadas. Bom para o brasileiro Ítalo Ferreira, que conquistou o primeiro ouro da história do surfe olímpico.
5. ‘Baile de favela’ chega de cometa a Tóquio
Pop no vôlei, Pabllo no quarto de Douglas e funk na ginástica e nos passos de Rayssa: hits brasileiros invadem Tóquio
Montagem: Arquivo pessoal/Facebook-Reprodução
Pelas transmissões na televisão, dá para ouvir que o pop brasileiro está nas Olimpíadas. Está, por exemplo, nas arenas do vôlei, com um DJ que escolhe hits de Anitta, Barões da Pisadinha, Israel & Rodolffo e Pabllo Vittar como trilha sonora entre um ponto e outro nos jogos do Brasil.
Pabllo Vittar, aliás, emplacou o que seria o hit da delegação brasileira em Tóquio: “Zap Zum”, a preferida do ponteiro Douglas Souza, craque do vôlei masculino que virou a sensação destas Olimpíadas com suas postagens nas redes sociais.
O funk brasileiro também ganhou lugar na apresentação oficial da ginasta Rebeca Andrade. A atleta fez sua entrada no solo ao som de “Baile de favela”, o funk que mudou a vida de MC João.
E teve espaço também para o funk “Não nasceu pra namorar”, parceria entre MC Zaquin e MC Rick, que embalou os passos de Rayssa Leal, medalhista de prata no skate street feminino aos 13 anos.
Initial plugin text

Fonte: G1 Mundo